quarta-feira, 24 de março de 2010

A Competição

Ano de Copa do mundo! Como diria Milton Leite: “Que Beleza”. Eu adoro copas, olimpíadas, jogos de inverno e campeonatos de dominó. Todo mundo gosta. Somos competitivos por natureza.

Vivemos a base da competição, sempre. Tudo, absolutamente TUDO, depende de você ganhar ou perder. Competimos em jogos, comentários, palavras, tamanhos, quantidades, enfim, tudo que pode ser comparado e qualificado gera competição entre os homens.

Um exemplo que eu reparo e acho legal: Vaga no estacionamento do shopping. Vá ao seu shopping favorito, entre com seu carro no estacionamento e certifique-se que outro carro lhe segue logo atrás. Neste momento, quando dois carros entram em um shopping, começa a competição. Torça para encontrar a vaga perfeita, aquela em frente à porta, em baixo da placa “Acesso as lojas”. Estacione na vaga e olhe para o motorista que vinha lhe seguindo. O olhar vermelho e sanguinário, de uma pessoa capaz de sair do carro, arrancar seu coração e morde-lo será evidente. E você nesta hora? Sai do carro, vê o pobre derrotado, estufa o peito como um campeão, abre uma risada irônica, levanta a mão empunhando sua chave com orgulho e, esnobando o pobre coitado, faz o ato mais cruel que se pode fazer neste momento: O bipbip da tranca do seu carro. Ahhh... como é bom fazer isso.

Isso é bom, pois gostamos da vitória, nosso humor depende disso. Quem nunca teve um amigo (a) que estava mal, sofrendo ou triste por algum motivo? O que falamos para a pessoa nesta hora? “Não fique assim. Pense que existem pessoas sofrendo, com lepra, com o braço decepado, sem um olho, em estado terminal, sem poder falar, brocha, mendigando, sem ter o que comer, implorando migalhas e vivendo a base de aparelhos ligados a uma bateria de carro velho”. E por mágica, quando falamos isso, nosso amigo que estava mal levanta um tímido sorriso, e com seus olhos brilhando diz: “tem razão”.

MAS QUE BANDO DE FILHOS DA PUTA QUE SOMOS! Ficamos felizes por, teoricamente, termos “ganhado” de alguém que nem conhecemos e que tá numa desgraça do capeta.

Quando vimos alguém feliz, logo falamos “lá vai um homem vitorioso”, quando estamos tristes falamos “me sinto como um derrotado”. Como já disse neste blog, só existe o bom se existe o mau, só existe o feio se existe o bonito, só existe a sua depressão se existem pessoas melhores, mais capacitadas e vivendo a vida que você sempre quis viver. Mas não tem como mudar isso. Gostamos de competir e esta é a regra do jogo.

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